Um estudo realizado com 200 mil britânicos pela Universidade de Melbourne revelou que pessoas com irmãos mais velhos têm maior probabilidade de se identificarem como gays. Já era conhecido que homens com irmãos mais velhos têm mais chances de serem homossexuais, mas agora o estudo também estendeu essa relação às mulheres com irmãs mais velhas.

Os dados mostraram que, para homens, ter um irmão mais velho aumenta em 10% a probabilidade de homossexualidade, enquanto ter uma irmã mais velha eleva essa chance em 5%. No entanto, não foi encontrada relação entre irmãos mais velhos e lesbianismo, e o número de irmãos não afetou a bissexualidade. Curiosamente, pessoas sem irmãos têm maior chance de se identificarem como assexuadas.

Os pesquisadores analisaram dados do UK Biobank e levantaram hipóteses de uma radicalidade biológica e genética, como a “hipótese da imunidade materna“, que sugere que a mãe pode desenvolver anticorpos após o nascimento de meninos, influenciando a orientação sexual dos filhos seguintes, como se o gosto pudesse ser previamente estabelecido sem o gostar, ou saber que prefiro (A) ou (B) sem antes saber da existência de ambos.

A discussão sobre as determinações definidoras de um fenômeno intrinsicamente social não podem tão facilmente serem compreendidos de maneira biológica. Estudar o ser social a partir do ser orgânico é uma confusão de método que recai na pretensão de achar o pensamento e a ação na estaticidade de um cérebro aberto.

Apesar dos avanços científicos e das probabilidades e porcetagens, é importante reiterar que a incompletude desses estudos é gigante, e talvez, se fosse completa, em nada diria acerca da verdade biológica, mas muito da social, desse modo não estatizando as relações e as identificando como sendo um produto, uma determinação histórica em movimento e transformação, saindo dos paradígmas fixos nos quais muitas das leis são formuladas em opressão às mudanças.