Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, com apoio da Universidade de Stanford, desenvolveram uma máquina capaz de realizar procedimentos cirúrgicos com habilidade equivalente à de um ser humano. Utilizando um modelo de aprendizado por imitação, o robô foi treinado para observar e reproduzir movimentos cirúrgicos captados em vídeos de operações realizadas pelo Sistema Cirúrgico da Vinci.

A inovação foi apresentada na Conferência sobre Aprendizado de Robótica, em Munique, e representa um marco na robótica médica. O treinamento da máquina combinou aprendizado por imitação com técnicas inspiradas em modelos de inteligência artificial como o ChatGPT, mas adaptadas para movimentos físicos.

O robô foi ensinado a realizar tarefas como manipulação de agulhas, levantamento de tecidos e suturas. O diferencial está na capacidade do sistema de aprender padrões complexos apenas observando gravações, sem a necessidade de programação individual para cada movimento. Com mais de 7 mil unidades do robô da Vinci em operação ao redor do mundo e um vasto banco de dados de cirurgias gravadas, a tecnologia tem acesso a uma enorme diversidade de técnicas e procedimentos.

Isso permite que o sistema desenvolva habilidades mais rapidamente e com maior precisão. No entanto, os pesquisadores identificaram limitações, como a tendência a cometer erros quando os movimentos exigem precisão absoluta. A solução proposta é treinar o robô para executar ações relativas, reduzindo os riscos. Um dos avanços mais impressionantes é a capacidade do sistema de tomar decisões autônomas em situações não previstas.

Axel Krieger, líder do estudo, explicou que, se o robô deixar cair uma agulha, ele pode recolhê-la e continuar o procedimento sem intervenção humana. Essa autonomia, ainda em desenvolvimento, elimina a necessidade de planejamento detalhado e restritivo, acelerando o aprendizado e ampliando as possibilidades da robótica médica.

O objetivo futuro da equipe é treinar robôs para realizar cirurgias completas, com mínimo ou nenhum auxílio humano. Além de melhorar a eficiência, essa abordagem pode reduzir erros médicos e aumentar a precisão das operações. A tecnologia, que já acelera os avanços na automação cirúrgica, promete transformar o campo da medicina e trazer maior segurança para pacientes em todo o mundo.

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