O Natal de 1630 marcou um momento de celebração na corte inglesa. Com a paz recém-firmada entre Inglaterra e Espanha e a possível gravidez da rainha Henrietta Maria, o rei Charles I encomendou peças mascaradas para as festividades. Essas peças teatrais, cheias de música e dança, refletiam o desejo do rei de inaugurar uma era de paz.

Enquanto a corte desfrutava de banquetes e espetáculos, o puritanismo ganhava força no país, criticando a extravagância e os hábitos religiosos do rei como ímpios. A tensão entre monarquistas e parlamentares, alimentada por disputas religiosas e tributárias, culminou na dissolução do Parlamento e, mais tarde, na Guerra Civil Inglesa.

Em 1645, com os parlamentares dominando o conflito, o Natal foi banido, junto com outras celebrações religiosas. Essa proibição fazia parte de uma agenda puritana que buscava reformar os costumes nacionais, eliminando tradições católicas e práticas consideradas desviantes, como o teatro e esportes populares, que na visão dos puritanos, só fomentavam o consumismo exagerado, a ganância e a luxuria.

A vitória parlamentar em 1649 levou à execução de Charles I e à transformação da Inglaterra em uma república comandada por Oliver Cromwell. Durante o intervalo entre os dois reinados, o puritanismo impôs uma rígida disciplina moral, que chegou até a proibir as decorações de Natal nas ruas.

Embora Cromwell seja frequentemente associado ao banimento do Natal, as proibições começaram antes de sua ascensão. O puritanismo rejeitava a data por suas origens não bíblicas e seu caráter festivo, que distorcia, segundo eles, a mensagem cristã. Após a restauração da monarquia em 1660, o Natal voltou a ser amplamente celebrado, encerrando o período de 15 anos de sua supressão.