Uma nova descoberta aponta para efeitos do medicamento Ozempic, que tem como princípio ativo a semaglutida e similares. Além de tratar diabetes 2, também podem diminuir pela metade o risco de intoxicação por álcool em pessoas com transtorno por uso do álcool (TUA), de acordo com o mais recente estudo publicado na revista científica Addiction.

Segundo as evidências encontradas por pesquisadores, fármacos análogos ao hormônio GLP-1 também levam a uma taxa de 40% menor de overdose de opioides no grupo com transtorno de uso de opioides. “Essa descoberta está alinhada com pesquisas recentes em animais que descobriram que os medicamentos GLP-1 AR tratam efetivamente os efeitos comportamentais agudos relacionados ao uso de substâncias de etanol, cocaína, anfetamina e nicotina em roedores”, acrescentam os autores.

Foram analisadas 503.747 pessoas com transtorno do uso de opioides e 817.309 com transtorno de uso de álcool. “As descobertas deste estudo têm o potencial de sugerir implicações significativas tanto para a prática clínica quanto para a política de saúde pública nos próximos anos”, escreveram os autores do estudo. Para os autores, a via de recompensa do cérebro (nome popular da via mesolímbica), acionada pelo Ozempic e semelhantes, como o Wegovy, consegue se sobrepor ao comportamento gerado pelo vício.

Um outro estudo publicado na revista científica JAMA sugere que os injetáveis utilizados contra a diabetes e obesidade podem ajudar na redução do risco de 10 tipos de câncer. Pesquisadores compararam mais de 1,6 milhão de pacientes com diabetes tipo 2 que foram tratados com insulina ou medicamentos da classe de análogos de GLP-1, entre 2005 e 2018.