Pesquisa afirma que cafeína retarda envelhecimento de células
Nos experimentos, observou-se que a ativação da AMPK pela cafeína influencia a forma como as células crescem, reparam seu DNA e respondem ao estresse.

Um estudo recente da Queen Mary University of London, publicado em 24 de junho na revista Microbial Cell, revela que a cafeína pode ir além de um simples estímulo para o despertar: ela pode retardar o envelhecimento celular. Os pesquisadores focaram nas leveduras de fissão, organismos unicelulares cujas vias metabólicas são surpreendentemente parecidas com as do ser humano.
Estudos anteriores já haviam mostrado que a cafeína age sobre a via TOR (Target of Rapamycin), um regulador de crescimento que orienta as células sobre quando crescer, baseada no alimento e energia disponíveis, e que atua há mais de 500 milhões de anos. No novo trabalho, os cientistas descobriram que a cafeína não interfere de forma direta na TOR, mas sim ativa a AMPK, um sensor de energia celular conservado evolutivamente tanto em leveduras quanto em humanos.
Como explica o professor Charalampos Rallis, “quando suas células estão com pouca energia, a AMPK entra em ação para ajudá-las a lidar com a situação” — e a cafeína ajuda a acionar esse mecanismo. Essa via também é estimulada pela metformina, um medicamento para diabetes que tem sido estudado por seu potencial efeito de extensão da vida quando usado junto com agentes como a rapamicina.
Nos experimentos, observou-se que a ativação da AMPK pela cafeína influencia a forma como as células crescem, reparam seu DNA e respondem ao estresse — fatores intimamente ligados ao envelhecimento e ao desenvolvimento de doenças. A próxima xícara de café pode estar ajudando suas células a ativarem mecanismos internos de reparo e proteção — e isso pode ser só o começo de uma nova abordagem sobre como a nutrição e remédios comuns interagem com o envelhecimento.