Crianças que assumem responsabilidades significativas na infância podem desenvolver comportamentos que perduram na vida adulta, influenciados por essa experiência precoce, conforme aponta a psicologia. Isso ocorre porque, ao lidarem com tarefas e exigências desde cedo, elas internalizam padrões de comportamento que foram úteis na infância, mas que podem se tornar um obstáculo ao longo da vida adulta.

A psicologia afirma que um comportamento específico é comum entre pessoas que passaram por esse tipo de vivência: a dificuldade em delegar tarefas. Para muitos desses adultos, que aprenderam a confiar apenas em si mesmos, delegar pode ser complicado. Lizandra explica que essa desconfiança na capacidade dos outros se desenvolve porque, na infância, eles se acostumaram a realizar as tarefas sozinhos para garantir a qualidade dos resultados.

As pesquisas observam que essas crianças, ao crescerem, tendem a se tornar adultos que centralizam o trabalho, acreditando que só eles são capazes de assegurar um bom desempenho. Como resultado, eles evitam dividir tarefas, pois sentem que precisam fazer tudo para alcançar os melhores resultados.

Essas pessoas podem ter aprendido, ainda na infância, que erros não eram aceitáveis ou que as consequências das falhas eram exclusivamente delas. Esse tipo de pensamento gera desconfiança nos outros, que se manifesta tanto no ambiente familiar e social quanto no profissional. No trabalho, a tendência de assumir muitas funções e a hesitação em delegar tarefas podem causar sobrecarga e estresse.

Esse comportamento de autossuficiência leva a uma carga excessiva, que ao longo do tempo, pode afetar a produtividade e a saúde emocional. Em muitos casos, essa sobrecarga evolui para o esgotamento ou burnout, caracterizado pelo cansaço constante e pelo estresse relacionado ao trabalho. Uma criança, antes de ser ensinada a ser adulta, deve ser ensinada a ser criança, a errar, a cair, a se sujar. A leveza de uma relação na infância pode fazer toda a diferença na vida adulta.