Prepare-se para um mergulho bizarro e fascinante na história da arte! Um pigmento marrom, translúcido e com uma textura única, foi o queridinho dos pintores europeus por séculos. O que choca é o material com que é feito: Meleca de Sarcófagos Egipcíos, o famoso “Marrom-Mumia“.

Ideal para criar sombras e detalhes em pinturas a óleo ou aquarelas, o famoso “marrom-múmia” só tinha dois pequenos defeitos: desbotava com facilidade e, após secar, rachava, dando um efeito craquelado às obras. Essa história peculiar começou na Europa renascentista, quando múmias eram trazidas do Egito e vendidas sem qualquer respeito por seu valor histórico.

Inicialmente, eram usadas para fins medicinais, acreditando-se que a substância escura que envolvia os corpos, erradamente identificada como betume, tinha poderes curativos. Ao encontrarem tumbas com milhares de cadáveres, os europeus acharam que haviam encontrado um substituto milagroso e começaram a usar o pó de múmia para tratar de tudo: de dor de dente a infarto!

Sim, artistas renomados da época utilizaram o marrom-múmia em suas criações. Mas, no século 20, o pigmento caiu em desuso, não só por sua origem macabra, mas também pela instabilidade de sua qualidade e, claro, pela escassez de matéria-prima. No auge da popularidade, a demanda superou a oferta de múmias egípcias, e, em alguns casos, fabricantes recorriam a cadáveres mais recentes, como os de escravizados e criminosos.