Quem nunca sentiu sono após uma boa refeição depois do almoço? Em países europeus, como a Espanha, o descanso após a refeição é uma tradição comum. O cansaço que sentimos não ocorre apenas em humanos; outras espécies de animais, como os insetos, passam pelo processo chamado alcalose pós-prandial, como é cientificamente denominado o “problema”.

Alguns estudos publicados na revista Time trazem explicações para o fenômeno. A primeira hipótese está relacionada ao tipo de alimento: o teor de gordura e/ou carboidratos pode causar sonolência ao interferir no ritmo cardíaco. O ciclo circadiano controla o funcionamento do organismo e determina funções como o horário de dormir e acordar; por isso, qualquer alteração pode provocar mudanças no corpo, incluindo o sono.

Estudos brasileiros indicam que manter uma dieta rica em vegetais e gorduras mais saudáveis pode ajudar a reduzir o sono após o almoço. “Nossos resultados sugerem que uma dieta saudável reduz a sonolência durante o dia”, disse Claudia Moreno, da Universidade de São Paulo (USP), à revista Time. Outra pesquisa aponta que o tamanho da refeição pode influenciar na sonolência após a ingestão, assim como alimentos com alto teor de sal e proteínas. Isso sugere que alguns alimentos são mais propensos do que outros a causar fadiga.

Pesquisadores da Universidade de Kyorin, no Japão, levantam a hipótese de que, após as refeições, ocorrem mudanças na circulação sanguínea. O fluxo de sangue que vai para o intestino delgado aumenta para ajudar na digestão dos alimentos, e, consequentemente, os níveis de sangue direcionados ao cérebro diminuem, gerando sonolência. Portanto, mesmo com essas suposições, a dica dos especialistas para evitar a sonolência é reduzir as porções no almoço, já que o ritmo circadiano tende a fazer com que as pessoas se sintam sonolentas à tarde.