Muito mais do que simples produtos do acaso, os sonhos recorrentes têm uma razão de ser e frequentemente aparecem como uma necessidade de exteriorizar algo que o sujeito a si próprio não conseguiria ou não teria forças para admitir. Na psicologia, esses sonhos são considerados mensagens importantes do inconsciente, frequentemente sinalizando questões não resolvidas ou aspectos de nossa vida emocional que exigem atenção.

De acordo com a psicologia analítica, os sonhos recorrentes não são meras coincidências, mas comunicações diretas do inconsciente. Eles funcionam como um “lembrete” da mente, trazendo à tona conflitos internos, medos, desejos reprimidos ou potenciais inexplorados. É como se o inconsciente tivesse a plena liberdade de perâmbular por imagens e pensamentos reprimidos que você carrega, já que quando estamos acordados somos vigilantes até com a gente mesmo.

Esses sonhos tendem a surgir em períodos de transição, estresse ou conflito, como mudanças de carreira, fim de relacionamentos ou até mesmo crises existenciais, as vezes acompanhando a pessoa uma vida inteira como produto de uma repetição de medo ou apreensão diante de conflitos recorrentes. Eles não apenas refletem o estado emocional atual, mas é um pedido de ajuda de você para você mesmo, um modo de dizer que tem algo mal resolvido.

A psicologia moderna também sugere que sonhos recorrentes podem ser formas do cérebro processar traumas ou situações que ainda não foram devidamente resolvidas. Um estudo publicado no Frontiers in Psychology (2022) destaca que pessoas com altos níveis de ansiedade ou que passaram por eventos traumáticos têm maior probabilidade de experimentar esses tipos de sonhos. Eles podem ser, inclusive, uma ferramenta natural do cérebro para lidar com memórias difíceis e integrar experiências.

Abaixo um vídeo de Emanuel Aragão, psicanalista renomado e, por curiosidades, marido da atriz Maria Flor, ao qual dividem um canal no Youtube “Flor e Manu”: