Requentar alimentos é uma prática comum no dia a dia dos brasileiros, seja para facilitar as refeições diárias ou para aproveitar as sobras em almoços e jantares. No entanto, algumas práticas de aquecimento inadequado podem oferecer riscos à saúde, dependendo dos alimentos e da forma como foram armazenados.

Um dos alimentos mais presentes na mesa dos brasileiros, o arroz, apesar de parecer inofensivo, pode ser um veículo para a bactéria Bacillus cereus, conhecida por formar esporos em ambientes como o solo e vegetais. Alimentos como ervilhas, batatas, feijões e temperos também estão sujeitos a essa contaminação.

Embora o arroz requentado em si não represente um risco direto, ele pode causar intoxicação alimentar se não for mantido refrigerado ou armazenado por muito tempo. A Bacillus cereus produz toxinas em alimentos ricos em amido, como o arroz, que, quando ingeridos sem o devido aquecimento, podem gerar sintomas de intoxicação alimentar entre 30 minutos e seis horas após o consumo.

Além do arroz, as batatas merecem atenção similar. Quando mantidas fora da geladeira por mais de duas horas, especialmente em climas quentes, elas podem ser contaminadas pela bactéria Clostridium botulinum, que é responsável pelo botulismo. Essa infecção grave pode prejudicar o sistema nervoso e comprometer a respiração, configurando um risco de saúde significativo.

Os ovos e pratos que os contêm também devem ser conservados na geladeira. Estes alimentos são especialmente suscetíveis à contaminação por Salmonella, bactéria responsável por grande parte dos surtos de intoxicação alimentar. É recomendável que esses alimentos sejam consumidos logo após o preparo e jamais fiquem expostos fora da geladeira por mais de duas horas.

O espinafre é outro exemplo de alimento que requer cuidados na hora do reaquecimento. Se o aquecimento não for adequado, ele pode abrigar a bactéria Listeria, associada à listeriose, uma infecção potencialmente grave. Saladas e verduras pré-preparadas também precisam ser adquiridas de locais que sigam boas práticas de higiene, uma vez que o risco de contaminação é elevado em produtos mal manuseados.