O caminho dos resíduos biológicos como o sangue não é tão óbvio como parece. Devido aos riscos do lixo hospitalar, tais resíduos são exaustivamente tratados antes de serem descartados. Primeiro, os tubos de coleta de sangue passam por uma autoclave, um tipo de esterilizador que parece uma mini máquina de lavar. O objetivo? alcançar o “nível 3 de inativação microbiana“, ou seja, eliminar quase todos os microrganismos, restando apenas 1 em cada 10 mil.

Depois de quase absolutamente esterilizados, os tubos são lacrados em saquinhos e colocados em caixas de papelão com o símbolo de risco biológico. As caixas são preenchidas até dois terços da capacidade, fechadas com cuidado e, em seguida, protegidas por um saco maior de nylon. Um caminhão especializado faz a coleta e leva tudo para uma estação de tratamento. Lá, os resíduos passam por mais uma rodada de esterilização, são triturados e encaminhados para um aterro sanitário com licenças especiais.

A coleta desse tipo de lixo é um serviço essencial e bastante específico. Em São Paulo, por exemplo, a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) atende mais de 27 mil estabelecimentos que produzem resíduos biológicos, como hospitais, laboratórios, estúdios de tatuagem, clínicas de estética e veterinárias, além de casas de repouso.

O destino de resíduos biológicos como sangue, partes do corpo e outros materiais inusitados é rigorosamente regulado pela Anvisa e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). E sim, até membros amputados têm um protocolo: se não forem requisitados por familiares, devem ser sepultados em cemitério público ou incinerados.