O tubarão-da-Groenlândia é o animal invertebrado mais velho do mundo, podendo viver até 400 anos. Oriundo do Atlântico do Norte e no Ártico, costuma ocupar as profundezas dos oceanos, pode atingir 6,4 metros de comprimento e pesar 1,5 toneladas. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a espécie está vulnerável à extinção. Um estudo publicado no site bioRxiv reúne artigos não públicos em revistas científicas e aponta que o tubarão apresenta uma surpreendente capacidade de reparar o próprio DNA e assim, alongar a própria vida.

Mais de dois terços do genoma do animal são compostos por elementos transponíveis, que podem de replicar e inserir em outros genes, com a possibilidade de mutações. “Traçar o genoma do tubarão-da-Groenlândia é um passo essencial para entender os mecanismos moleculares do envelhecimento nesta espécie excepcionalmente longeva”, esclarece Steve Hoffmann, líder do projeto. Para os cientistas, esses tubarões têm genomas duas vezes maiores em comparação com os humanos, são certa de 6,5 bilhões de pares de DNA – é o maior genoma sequenciado entre os tubarões.

Outro fato curioso, é que a espécie vive por séculos na natureza sem qualquer assistência médica, atinge a maturidade sexual apenas aos 150 anos e podem contribuir com pistas sobre a biologia do envelhecimento e o câncer. Os cientistas estão ansiosos para mais descobertas, portanto, estudos devem caminhar.

O próximo passo já envolve a comparação do genoma do tubarão-da-Groenlândia com espécies de vida mais curta, como o tubarão-do-Pacífico, evolutivamente semelhante. “Esta é uma das razões pelas quais decidimos disponibilizar o genoma imediatamente para a comunidade científica”, explica Paolo Domenici, colaborador do estudo. Pesquisadores em todo o mundo podem analisar o código da espécie por meio do repositório bioRxiv.