Seus amigos moldam seu microbioma intestinal; Saiba o que afeta em sua saúde
O mais intrigante foi constatar que, até amigos de amigos apresentam níveis relevantes de semelhança microbiana, mostrando que redes sociais podem funcionar como canais de transmissão biológica

As interações sociais, além de afetarem nossas emoções, têm um impacto direto no microbioma humano, ou seja, na composição dos microrganismos que habitam nosso corpo. Cientistas descobriram, em aldeias remotas de Honduras, que esses microrganismos são influenciados não apenas pelos amigos de uma pessoa, mas também pelas conexões de seus amigos. Esse achado aponta para a interação entre saúde e convivência social.
Pesquisadores investigaram comunidades isoladas com o objetivo de compreender como os hábitos e relações sociais moldam os microbiomas intestinais. Publicado na revista Nature, o estudo revelou que amigos próximos compartilham aproximadamente 10% de suas cepas microbianas. Em lares onde as pessoas vivem juntas, como no caso de cônjuges, essa semelhança chega a quase 14%.
Porém, mais intrigante foi constatar que até amigos de amigos apresentam níveis relevantes de semelhança microbiana, mostrando que redes sociais podem funcionar como canais de transmissão biológica, revelando que nossas futuras gerações hiper-conectadas não fugirão da essencial relação social tão fácil quanto se imagina.
O trabalho foi liderado pelo cientista Nicholas Christakis, que já investigava como redes sociais influenciam a obesidade. Este novo estudo avança ao sugerir que, além de hábitos alimentares, amigos compartilham microrganismos associados a riscos ou proteção contra doenças.
Doenças ligadas ao microbioma, como hipertensão e depressão, também podem ser influenciadas por essas interações. A pesquisa se destacou ao explorar subespécies microbianas, revelando evidências mais claras de transmissão direta entre contatos sociais. Isso reforça a necessidade de integrar o microbioma em terapias e tratamentos médicos, especialmente para doenças complexas, como depressão, que podem exigir abordagens mais personalizadas.
Embora as redes sociais microbianas possam transmitir riscos, os benefícios do convívio são evidentes. O contato social ajuda a propagar microbiomas saudáveis, fortalecendo o bem-estar físico e mental. A pesquisa reforça que essas conexões trazem mais vantagens do que desvantagens, destacando o valor da interação humana para a saúde geral.