O sono desempenha um papel fundamental na formação das memórias, um processo em que as experiências do dia são fixadas no cérebro durante a noite. Um estudo recente da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, reforça que o ciclo completo de sono, com suas diferentes fases, é indispensável para que essas lembranças sejam organizadas e armazenadas de forma duradoura.

O sono humano é dividido em dois grandes estágios: o sono não-REM, que possui três fases, sendo a última caracterizada por ondas cerebrais lentas e profundas, e o sono REM, marcado por intensa atividade cerebral. Esses estágios se alternam em ciclos que ocorrem cerca de cinco vezes por noite.

No estágio mais profundo do sono não-REM, as memórias recentes são transferidas para o hipocampo, região do cérebro ligada às emoções e à memória temporária. Posteriormente, durante o sono REM, essas informações são consolidadas no neocórtex, uma área responsável por funções cognitivas avançadas, como linguagem e raciocínio. Esse processo sequencial transforma as memórias em registros duradouros.

Com a ajuda de modelos algorítmicos, os pesquisadores americanos conseguiram simular como o cérebro revisita informações recentes no sono não-REM e, em seguida, acessa memórias mais antigas durante o sono REM. O estudo confirma a necessidade de todas as fases do sono para o fortalecimento das memórias, além de demonstrar como o hipocampo “ensina” o neocórtex ao longo da noite.

Também é importante destacar que o processo de análise de um sonho por um terapeuta é entendido, muita das vezes, como uma análise das memórias que o indivíduo guarda em seu inconsciente e se manifesta de formas variadas e diversas em sonhos, sendo a análise dos sonhos a partir da memória um dos processos mais consolidados e efetivos da psicanálise.