O caso da nave não tripulada Beresheet em 2019 vem trazendo novidades até hoje, a última delas, bombástica! Após tentar um pouso na Lua, acometida por uma falha crítica em seu motor, a nave que se esperava estar vazia na verdade levava pequenos tripulantes desavisados, mas nem por isso desprotegidos.

Se trata dos Tardígrados, uma espécie animal microscópica que se revelou indestrutível. Não se confundindo com micróbios, protozoários ou bactérias, os tardígrados são seres bem mais desenvolvidos, apesar de terem tamanhos minúsculos. Definidos como animais legítimos, os tardígrados são multicelulares, como nós, tem também oito patas e são conhecidos por serem bem gorduchos.

Apesar da inevitável comparação com seres monstruosos dignos de uma boa ficção científica, os tardígrados são na verdade primos distantes dos artrópedes, ou seja, o grupo que também inclui aracnídeos e crustáceos. Porém, os tardígrados só foram descobertos em 1773 pelo zoólogo alemão J.A.E. Goeze e é muito pouco estudado pela ciência até hoje.

O que impressiona nesses pequenos é sua capacidade extrema de sobrevivência. Sendo considerados, de longe, os seres mais resistentes de todo o reino animal, os tardígrados podem viver em temperaturas altíssimas, pressões muito baixas, completa falta de alimento e até mesmo a radiação. Em 2019, porém, se revelam verdadeiros exploradores do espaço, e nesse caso talvez grandes conquistadores da Lua.

Tendo resistido à viagem e ao vácuo espacial sem nenhum tipo de equipamento, os tardígrados passam a chamar ainda mais a atenção científica, ocupando a lua com vida e demonstrando suas habilidades extraordinariamente relevantes para nós. Talvez uma ajuda desses camaradas nos seja bastante eficaz para as próximas viagens e futuros equipamentos visados pela astronautica.