O aquecimento global, as altas temperaturas e o aumento de desastres naturais são alguns dos efeitos da crise climática que acelera a busca para redução do impacto ambiental. Entre os recursos que podem ajudar a humanidade nas estratégias para enfrentar a crise está um tronco milenar, descoberto ao acaso em 2013, enterrado sob o solo argiloso de Quebec, no Canadá. A revista Science publicou um artigo com a análise do material no último dia 27 de setembro.
De acordo com o estudo, em parte do processo da fotossíntese e respiração celular, as árvores pegam dióxido de carbono quando morrem e passam pela decomposição, logo, todo o CO2 armazenado é liberado para a atmosfera. Para os cientistas, o tronco encontrado tem 3.775 anos de idade e havia perdido menos de 5% do dióxido de carbono original. A hipótese é que isso ocorre graças ao solo pouco permeável, composto por argila, que cobria o material.
O que ajuda a aperfeiçoar uma solução climática é entender os fatores que mantiveram o tronco em perfeitas condições, chamado de “wood vaulting”. É uma técnica que envolve resgatar uma madeira que não é comercialmente viável, seja uma destruída em incêndio, de móveis velhos ou materiais de construção, e enterrar para não decompor. A quantidade de CO2 que ela envia para a atmosfera fica menor, do contrário, as árvores plantadas para sequestrar o gás nocivo do ambiente não contribuiriam depois para aumentar a concentração de CO2 no planeta.
Estudos mais antigos avaliaram outras amostrar de madeira preservada. Mas, segundo Ning Zeng, líder do projeto, essas pesquisas ignoram as condições do solo onde o material foi localizado. “As pessoas tendem a pensar: ‘Quem não sabe cavar um buraco e enterrar um pouco de madeira?’”, aponta o pesquisador. “Mas pense em quantos caixões de madeira foram enterrados na história humana. Quantos deles sobreviveram? Para uma escala de tempo de centenas ou milhares de anos, precisamos das condições certas”.