Antes de fechar contrato com o SBT, Galvão Bueno recusou duas propostas da TV Globo, emissora onde construiu grande parte de sua carreira e se tornou uma das vozes mais marcantes do esporte brasileiro. Apesar das cifras generosas oferecidas, o narrador deixou claro que sua decisão não estava ligada ao dinheiro, mas ao desejo de ser valorizado e respeitado, algo que, segundo ele, já não sentia em seus últimos anos na antiga casa.

Quem divulga a notícia é a coluna de Lo-Bianco, do IG, e afirma que a primeira tentativa de reaproximação partiu da Globo com a oferta de R$ 200 mil por narração em jogos pontuais do Campeonato Brasileiro. Galvão recusou de imediato. Poucos dias depois, a emissora voltou à carga com uma nova proposta, desta vez oferecendo cerca de R$ 700 mil para que ele integrasse a equipe de transmissão da Copa do Mundo de 2026, que acontecerá nos Estados Unidos. A resposta novamente foi negativa, e, dessa vez, acompanhada de um posicionamento firme sobre os motivos da recusa.

De acordo com pessoas próximas às negociações, Galvão teria dito que o problema não era financeiro, mas emocional. Ele ainda guarda mágoas da forma como foi tratado nos últimos anos de contrato com a Globo, quando se sentiu deixado de lado e “esquecido” pela direção. O episódio mais simbólico para ele foi quando foi escalado para participar do programa “É de Casa” em um quadro de memórias, algo que o próprio narrador — e até colegas de bastidores — interpretaram como um gesto de desvalorização diante de seu peso histórico no jornalismo esportivo.

Galvão acreditava que estava sendo colocado na chamada “geladeira”, sem funções de destaque, apenas para evitar que migrasse para concorrentes. Para um profissional que, por décadas, foi a principal voz da emissora em Copas do Mundo, Olimpíadas e grandes decisões do futebol, essa situação foi encarada como humilhante e dolorosa.