Após meses de apuração, polícia prende Hytalo Santos e o marido
As investigações apuram suspeitas de crimes como tráfico humano e exploração sexual de crianças e adolescentes.

Na manhã desta sexta-feira, 15 de agosto de 2025, o influenciador digital paraibano Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, conhecido como “Euro”, foram presos em Carapicuíba, na Grande São Paulo, em cumprimento a mandados expedidos pela 2ª Vara da Comarca de Bayeux, na Paraíba.
A operação foi coordenada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e contou com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC-SP), da Polícia Rodoviária Federal, além de unidades especializadas como a UNINTEPOL, o CIBERLAB/DIOPI da Secretaria Nacional de Segurança Pública e o GAECO.
As investigações apuram suspeitas de crimes como tráfico humano e exploração sexual de crianças e adolescentes, com produção de conteúdo de conotação sexual para fins lucrativos. O caso começou a ganhar repercussão nacional em 2024, após denúncias feitas ao Disque 100 e a publicação de um vídeo pelo youtuber Felca, em 6 de agosto de 2025, no qual acusava Hytalo de promover a “adultização” de menores em festas e eventos gravados para redes sociais.
O conteúdo viralizou, somando milhões de visualizações e provocando forte pressão pública. A Justiça da Paraíba já havia determinado medidas cautelares contra o influenciador, incluindo a suspensão de suas contas nas redes sociais, a proibição de contato com menores envolvidos, a desmonetização dos conteúdos suspeitos e mandados de busca e apreensão, que resultaram na coleta de equipamentos eletrônicos para perícia. Também houve notícias de que o casal teria removido pertences e esvaziado um imóvel antes do cumprimento das ordens judiciais, o que contribuiu para a decretação da prisão preventiva, com o objetivo de evitar destruição de provas ou intimidação de testemunhas.
Segundo o MPPB, o inquérito foi conduzido com rigor técnico e absoluto respeito à dignidade das vítimas. O órgão afirma que há indícios de que menores de idade foram expostos de forma indevida em vídeos e transmissões ao vivo, muitas vezes apresentados como parte de uma “família” de jovens criadores de conteúdo sob tutela de Hytalo e do marido. A denúncia de Felca impulsionou ainda debates legislativos, com propostas informalmente apelidadas de “Projeto de Lei Felca”, que buscam criar regras mais rígidas contra a exploração infantil na internet.