A atriz Bella Campos, intérprete de Maria de Fátima no remake de Vale Tudo, da TV Globo, virou alvo de críticas depois de uma declaração polêmica sobre sua personagem. Em entrevista ao site Omelete, a artista afirmou que não considera a filha de Raquel uma vilã e chegou a classificá-la como “vítima” e “batalhadora”, o que irritou parte do público que acompanha a novela escrita por Manuela Dias.

“Eu não considero a Maria de Fátima uma vilã”, disse Bella. “Também vejo ela como vítima desse momento que a gente vive, em que muitos jovens acreditam que podem vencer se tornando influenciadores digitais. A internet mudou a vida de muita gente de forma positiva, e acho ruim o estereótipo negativo em torno desse trabalho”, completou.

Para a atriz, esse seria um dos motivos da identificação do público com a personagem. “Eu acho ela uma menina muito batalhadora. Independente de como faz, ela mostra a que veio”, concluiu. As falas, no entanto, não agradaram os fãs da trama, que não pouparam críticas nas redes sociais. “A atriz deixando claro que não entendeu a personagem”, disparou um internauta. “Tá explicado por que a interpretação é sofrível. Que leitura rasa dessa obra do grande Gilberto Braga”, opinou outro. Houve ainda quem apontasse contradições: “Inversão de valores. Ela abandona a mãe, rouba dinheiro, mente, manipula, trai a amiga e o marido. E isso não é sobre internet”, escreveu uma telespectadora.

A reação negativa vem justamente pelo histórico da personagem, uma das mais marcantes de Vale Tudo. Logo no início da novela, Maria de Fátima vendeu a casa em que morava com a mãe, Raquel (Taís Araújo), em Foz do Iguaçu, e partiu para o Rio de Janeiro em busca de ascensão social. Depois, armou para separar Solange (Alice Wegmann) de Afonso (Humberto Carrão), casando-se por interesse. Mais tarde, traiu o próprio marido com o ex-namorado César (Cauã Reymond).

Mesmo com o posicionamento da atriz tentando trazer uma nova leitura da personagem, parte do público considera impossível desvincular Maria de Fátima da imagem de vilã, muitos recuperando a importância da obra original de Gilberto Braga, exibida em 1988, que ainda hoje provoca muita polêmica.