Chorando, Deolane acusa juíza de incompetência em desabafo sobre investigação
A Operação Integration foi deflagrada em setembro de 2024 pela Polícia Civil de Pernambuco com o objetivo de desmantelar um suposto esquema de lavagem de dinheiro ligado a jogos de azar.

A advogada e influenciadora Deolane Bezerra voltou a se manifestar nas redes sociais sobre a Operação Integration, que resultou em sua prisão no segundo semestre de 2024. Em um vídeo publicado em tom de desabafo, Deolane criticou duramente a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco, após a magistrada declarar a incompetência da Justiça Estadual para julgar o caso e remeter o processo à Justiça Federal.
Chorando, ela afirmou que sua prisão foi marcada por abusos de autoridade e classificou a detenção como criminosa. “Quando eu disse que a minha prisão estava regada de abuso de autoridade e era uma prisão criminosa, eu não menti”, declarou. A declaração da juíza, que considerou que os indícios presentes nos autos se referem a crimes federais, como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e possíveis movimentações financeiras internacionais, levou o caso para a alçada da Justiça Federal.
Segundo Deolane, o reconhecimento da incompetência da Justiça Estadual reforça sua tese de que foi vítima de uma prisão injusta e precipitada. “Hoje, após quase um ano, a juíza fala: ‘Eu não tenho competência para esse processo’. Eu fui presa por uma juíza incompetente. Só que lá atrás, quando não havia parecer do Ministério Público a favor do arquivamento, ela não falava que era incompetente”, afirmou, insinuando perseguição e parcialidade por parte da magistrada.
A influenciadora ainda reforçou que não cometeu nenhum crime e que toda a operação teve como objetivo desgastar sua imagem pública. Vale destacar que, no contexto jurídico, o termo “incompetente” não se refere à capacidade técnica da magistrada, mas sim à sua falta de atribuição legal para julgar aquele tipo específico de crime. Ou seja, a decisão indica que o caso envolve elementos que excedem os limites da jurisdição estadual e exigem análise pela esfera federal, que cuida de crimes com repercussões nacionais ou internacionais.
A Operação Integration foi deflagrada em setembro de 2024 pela Polícia Civil de Pernambuco com o objetivo de desmantelar um suposto esquema de lavagem de dinheiro ligado a jogos de azar e plataformas de apostas esportivas online. A ação contou com mais de vinte mandados de busca e apreensão, bloqueio de contas, sequestro de bens e prisões preventivas. Entre os alvos estavam Deolane, sua mãe Solange e o empresário Darwin Henrique, dono da plataforma Esportes da Sorte — empresa que aparece como patrocinadora oficial de diversos clubes do futebol brasileiro.
As investigações apontavam movimentações financeiras bilionárias, que teriam ocorrido por meio de contas de “laranjas”, empresas de fachada e contratos publicitários fraudulentos. Deolane chegou a ser presa e, após um breve período em liberdade com uso de tornozeleira eletrônica, voltou à cadeia por supostamente ter violado medidas cautelares.
Ela e outros 17 investigados só foram libertados no final de setembro, após decisão do TJPE, que acatou argumentos da defesa sobre fragilidades nas provas e apontou possíveis excessos na condução da investigação. O Ministério Público de Pernambuco, inclusive, chegou a solicitar o arquivamento de partes do processo, alegando que não haviam elementos suficientes para configurar crime, especialmente após a legalização das apostas esportivas no Brasil.