O influenciador digital e ex-participante do Big Brother Brasil, Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, enfrenta acusações graves relacionadas a uma rifa virtual fraudulenta. A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul, tornando Nego Di réu pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e promoção ilegal de loteria. Sua esposa, Gabriela Vicente de Sousa, também foi denunciada por lavagem de dinheiro.

De acordo com a investigação, Nego Di organizou uma rifa online que prometia sortear um veículo da marca Porsche, avaliado em mais de R$ 500 mil. No entanto, o MP alega que o influenciador manipulou o sorteio para obter ganhos ilícitos, não entregando o prêmio aos participantes. Além disso, ele teria simulado a entrega do carro a uma pessoa inexistente, com o intuito de enganar seus seguidores e dar aparência de legalidade ao esquema.

O promotor Flávio Duarte, da 8ª Promotoria de Justiça Especializada Criminal, afirmou: “Ele fraudou a rifa para obter valores, induziu as pessoas a adquirirem os bilhetes em erro, obteve valores ilícitos em decorrência disso, não entregou o prêmio e, mais do que isso, ainda simulou a entrega ou a tentativa de entrega para uma pessoa que não existe.”

A investigação revelou que o esquema movimentou mais de R$ 2,5 milhões em rifas fraudulentas. Antes de concluir a rifa, Nego Di teria transferido o veículo para terceiros e adquirido o próprio número sorteado. Em um vídeo publicado nas redes sociais após o sorteio, ele aparece tentando ligar para a suposta vencedora, que não responde às chamadas.

Detalhes no vídeo indicam que o número de telefone da alegada ganhadora já constava em dez contatos no celular de Nego Di, sugerindo que a pessoa era fictícia. A defesa de Nego Di e Gabriela Vicente de Sousa, representada pela advogada Camila Kersch, declarou que provará a inocência dos acusados, apresentando provas que comprovam a licitude de seus bens e movimentações financeiras.

Além deste caso, Nego Di é réu em outro processo por estelionato, acusado de vender produtos em uma loja virtual sem realizar as entregas, causando prejuízos estimados em R$ 5 milhões a aproximadamente 370 pessoas. Ele chegou a ser preso preventivamente em julho de 2024 e foi liberado em novembro do mesmo ano, respondendo ao processo em liberdade.