Erika Hilton se pronuncia ao ser massacrada por apoiar Oruam
A deputada reiterou que não conhecia o histórico completo de Oruam quando escreveu a mensagem.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) se manifestou neste domingo, 15 de junho, após ser duramente criticada nas redes sociais por uma publicação direcionada ao rapper Oruam, filho do traficante Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho. A parlamentar havia comentado uma postagem do cantor que reagia à morte de Herus Guimarães Mendes da Conceição, jovem negro assassinado durante uma operação policial no Morro Santo Amaro, no Rio de Janeiro.
Em resposta, Erika sugeriu que o artista promovesse uma “revolução com os pés no chão”. A fala, no entanto, não repercutiu bem, e rapidamente viralizou. Em um vídeo de quase cinco minutos publicado no X (antigo Twitter), Erika reconheceu o erro de abordagem e se desculpou. Ela afirmou que seu comentário acabou fora de contexto e foi transformado em desinformação, manchetes sensacionalistas e até em teorias conspiratórias.
A deputada reiterou também que não conhecia o histórico completo de Oruam quando escreveu a mensagem, mas que percebeu nele um interesse genuíno por engajamento político após sua participação em um protesto pela morte de Herus. Segundo a deputada, sua intenção foi apenas sugerir que ele buscasse contato com coletivos que já atuam nas periferias na defesa da juventude negra, como forma de canalizar sua influência de maneira construtiva.
Hilton deixou claro que sua fala não significou apoio, legitimação ou defesa de qualquer comportamento passado ou futuro do rapper, que acumula episódios polêmicos em sua trajetória, incluindo duas prisões recentes — uma por realizar manobras perigosas em via pública e outra por abrigar um foragido da Justiça com armamento ilegal.
Ainda assim, ela defendeu a possibilidade de dialogar com pessoas que, mesmo contraditórias, têm um papel de destaque junto à juventude periférica. Segundo a deputada, ignorar esse potencial seria um erro estratégico, permitindo que setores da extrema-direita ocupem sozinhos os espaços de comunicação com as favelas, propagando mensagens de ódio, violência e desinformação.
A parlamentar também mencionou seu histórico de diálogo com bases populares, incluindo fãs de artistas pop e influenciadores digitais, e reiterou seu compromisso em fazer política de maneira responsável, sem se deixar guiar pela lógica punitivista que costuma atingir com mais severidade os corpos negros e periféricos. Para finalizar, Erika afirmou que não vai se render ao “circo midiático” nem aceitar ser desmoralizada por um erro de forma.