A demissão do fotógrafo Alex Silva, aos 63 anos, após registrar uma imagem polêmica do ministro do STF Alexandre de Moraes, causou comoção ao ser questionada publicamente por sua filha, Lara Prado. A dispensa, anunciada em 6 de agosto pelo jornal O Estado de S. Paulo, ocorreu poucos dias depois do flagrante de Moraes fazendo um gesto obsceno durante um clássico entre Corinthians e Palmeiras na Neo Química Arena, e desencadeou debates sobre liberdade de imprensa e motivações ocultas.

Em vídeo nas redes sociais, Lara explicou que o pai havia sido acionado pela redação para tentar fotografar o ministro, ainda que sem orientação clara sobre o local exato. Após buscar incansavelmente, Alex localizou Moraes no estádio e registrou três quadros que foram imediatamente enviados ao jornal — não foram publicados na capa, mas ganharam visibilidade ao serem vendidos pelo Estadão para outros veículos como Folha de S. Paulo, que a publicou em destaque.

Apesar da repercussão da imagem, o Estadão reafirmou que considerou o registro de “relevante valor jornalístico” e sustentou que a demissão de Alex já estava prevista, enquadrada em uma reorganização administrativa da equipe de fotografia. A nota destacou que a saída “seguia critérios exclusivamente administrativos” e que não haveria ligação entre o desligamento e a foto do ministro.

No vídeo, Lara também expôs a falta de explicação dada ao pai. Segundo ela, após mais de duas décadas de contribuição ao jornal — 23 anos no Estadão e três de carreira —, ele foi convocado ao escritório, recebido com a justificativa genérica de “motivos administrativos” e dispensado sem maiores detalhes, deixando um questionamento no ar: “Você acredita nessa justificativa ou não?”.