A Justiça de São Paulo negou o pedido de restituição de bens feito pelo rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, que está sob investigação por suposto disparo de arma de fogo em área urbana. A decisão foi tomada pela juíza da 2ª Vara do Foro de Santa Isabel, com base na legislação que impede a devolução de itens apreendidos antes da conclusão do processo judicial.

Durante uma operação de busca e apreensão na residência do artista, localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a polícia encontrou armas falsas, munições, pistolas e outros objetos. Além disso, um foragido da Justiça foi detido no local, portando uma pistola 9 mm com kit-rajada e munições.

Oruam apresentou um incidente de restituição, alegando que os itens apreendidos não têm relação com a investigação e questionando a necessidade de apreensão de celulares de familiares, amigos e funcionários, bem como joias e itens pessoais. O rapper afirmou que houve excessos no procedimento e mencionou um quadro de perseguição a um artista negro.

O Ministério Público de São Paulo manifestou-se contra a devolução dos bens, argumentando que os itens apreendidos ainda são relevantes para o processo e podem conter informações importantes para a investigação. O procurador da Justiça Criminal destacou que a restituição dos objetos antes da conclusão do inquérito poderia comprometer a coleta de provas e o andamento das investigações.

Oruam, que ganhou destaque na cena musical brasileira com o lançamento de sua primeira música “Invejoso” e posteriormente assinou com a gravadora Mainstreet, criada por Orochi , tem enfrentado diversas controvérsias. Em fevereiro de 2025, foi preso por realizar manobras perigosas de carro na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, sendo liberado após pagamento de fiança. Dias depois, foi novamente detido por abrigar um foragido da Justiça em sua residência.

Além das questões judiciais, o rapper tem sido alvo de críticas por suas manifestações públicas. Em março de 2024, durante apresentação no Lollapalooza em São Paulo, usou uma camiseta com as palavras “liberdade” e uma fotografia do pai, Marcinho VP, líder do Comando Vermelho, o que gerou polêmica nas redes sociais.