Mãe de Oruam detalha estado do filho após encontro em presídio
Oruam é denunciado por tentativa de homicídio qualificado, tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal.

No último fim de semana, durante as visitas especiais de Dia dos Pais, Márcia Gama viveu um reencontro carregado de emoção ao ver o filho, o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido artisticamente como Oruam, pela primeira vez desde que ele foi preso em 22 de julho. O encontro aconteceu no presídio de Bangu 3, no Rio de Janeiro, e, segundo Márcia, foi marcado por muito afeto:
“Pude ver meu filho sorrindo, abraçá-lo e transmitir palavras de força, algo que ele merece tanto neste momento. Vi ele tranquilo, com paz no coração. Ele até deitou ao meu lado e dormiu, senti a batida do coração dele”, relatou. A mãe também contou que, durante a visita, ocorreu um culto evangélico no local e que o filho se mostrou tocado pela experiência, afirmando que “é muito necessário o evangelho aqui. É o verdadeiro evangelho que vai na prisão”.
Oruam responde a uma série de acusações graves. O Ministério Público do Rio de Janeiro o denunciou por tentativa de homicídio qualificado, tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal. A denúncia aponta que ele e outros envolvidos teriam atirado pedras pesando entre 130 gramas e quase 5 quilos, de uma altura aproximada de 4,5 metros, contra policiais que cumpriam um mandado em sua residência no Complexo da Penha, agindo “assumindo o risco de matar os agentes”.
O MP também afirma que Oruam teria usado suas redes sociais para incitar violência contra a polícia e desafiar a presença dos agentes na comunidade. A prisão preventiva foi mantida em audiência de custódia no início de agosto pela juíza Laura Noal Garcia, que determinou sua permanência em cela coletiva de Bangu 3, junto a outros detentos ligados ao Comando Vermelho.
A trajetória de Oruam, marcada por ascensão rápida na cena do trap e do funk, é cercada de polêmicas. Filho do líder do Comando Vermelho, Marcinho VP, ele já revelou que foi concebido durante uma visita íntima na prisão e que nunca conviveu com o pai fora das grades. Em 2025, lançou o álbum “Liberdade”, que ganhou destaque nacional com milhões de reproduções e clipes de grande repercussão, muitos deles exaltando a figura paterna.
Esse posicionamento provocou reações no cenário político e social, chegando a inspirar propostas legislativas conhecidas informalmente como “lei anti-Oruam”, voltadas a impedir incentivos a artistas que promovam facções criminosas. Enquanto enfrenta o peso das acusações, Oruam mantém apoio de parte de seu público, mas também lida com forte rejeição de críticos que apontam sua influência negativa sobre jovens.