Modelo que alegou desistir de desfile por ser cristã é desmascarada pela Salgueiro
Escola de samba deu ultimato em Débora Peixoto após sucessivas faltas nos ensaios

Débora Peixoto viralizou nas últimas semanas após anunciar nas redes sociais que desistiu de desfilar pela Salgueiro no Carnaval 2025 devido à sua fé. Ela argumentou que a escola de samba apresentará na Marquês de Sapucaí o enredo De Corpo Fechado, que faz referência a religiões de matriz africana.
Por se declarar cristã, Débora afirmou que não poderia participar do desfile. No entanto, parece haver outra versão para a história. A própria Salgueiro veio a público esclarecer os fatos. Segundo o presidente da escola, André Vaz, a modelo — conhecida por manter um trisal com um homem e uma mulher — estava, sim, na lista de participantes do desfile, mas apenas como parte de uma composição de carro alegórico, e não como musa, um posto de maior destaque.
As composições geralmente ocupam posições em cima dos carros alegóricos e têm a função de cantar o enredo com entusiasmo, contribuindo para o quesito harmonia na avaliação dos jurados. De acordo com André Vaz, Débora não cumpriu suas obrigações para o desfile, o que levou a um ultimato por parte da escola.
“De fato, ela estava na lista de pessoas que iriam desfilar na escola. Seria em um carro, como composição. Ela e mais cinco amigas estariam nesse carro. Mas a Débora nunca compareceu a um ensaio. Então, no começo do ano, a escola entrou em contato e deu um ultimato a ela, que decidiu não desfilar. Em momento algum, essa moça justificou sua ausência com questões religiosas”, explicou André Vaz ao Extra.
O presidente da Salgueiro também revelou surpresa com as declarações de Débora, destacando seu estilo de vida e atividades online. “Nos pegou de surpresa tudo isso. Afinal, ela tem um canal de conteúdo adulto, é casada com duas pessoas, e, então, o samba da escola fere seus princípios cristãos? Enfim, foi substituída rapidamente”, completou.
Por outro lado, Débora afirmou que sua decisão foi baseada em seus valores cristãos e no receio de envergonhar sua família.
“Cresci em uma família que me ensinou valores cristãos muito fortes. O Carnaval sempre foi algo que amei, mas participar de um enredo que fala sobre práticas que não condizem com minha fé seria uma contradição para mim. Tenho medo de decepcionar minha família e de ser julgada por aqueles que compartilham da mesma fé que eu. Respeitem o livre arbítrio do próximo, porque ninguém é obrigado a acreditar no que você acredita. Acho que muita gente não sabe o que é um gatilho emocional, que foi o que eu tive. Vou continuar amando o Carnaval, mas isso não significa que vá cantar ou defender algo em que não acredito.”