O estudo publicado em 27 de novembro de 2024 no Proceedings of the Royal Society B investigou se animais sentem algo similar ao ciúme humano, conhecido como “aversão à desigualdade desvantajosa”. Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, analisaram mais de 60 mil observações de 18 espécies diferentes, considerando interações de aceitação ou rejeição.

Apesar de a aversão à desigualdade ser observada em alguns contextos no reino animal, o estudo não encontrou evidências robustas que comprovem que os animais experienciam algo semelhante aos ciúmes humanos. Segundo o pesquisador Oded Ritov, esses sentimentos nos animais são fracos, caso existam, e dependem de cenários muito específicos.

Ele ainda afirma que a percepção de justiça nos humanos é muito mais complexa e intensa quando comparada às reações vistas em animais não-humanos. O estudo é considerado a maior análise empírica desse fenômeno no reino animal até o momento e traz insights que desafiam teorias evolutivas anteriores sobre a universalidade do comportamento de desigualdade entre espécies.

Contudo é interessante perceber que algumas dinâmicas sociais são, em seu fundamento, estruturadas sobre uma base lógica a elas anterior, como a injustiça percebida a partir de dados físicos, a desvantagem e a vantagem. O desenvolvimento da percepção sobre elas também configura o seu desenvolvimento no tecido social, da onde advém a diferença entre a justiça e o ciúmes para os animais e para nós.