Oruam é investigado por tentativa de homicídio contra delegado
Além da nova investigação por tentativa de homicídio, Oruam já havia sido indiciado por tráfico de drogas, associação para o tráfico, lesão corporal, dano ao patrimônio público, ameaça, desacato e resistência qualificada.

O rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi Nepomuceno dos Santos, passou a ser investigado por tentativa de homicídio contra um delegado e um policial civil durante uma operação realizada em sua casa no bairro do Joá, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A Polícia Civil apura o caso na 16ª DP (Barra da Tijuca), após o artista e pessoas de seu convívio serem acusados de atirar pedras contra os agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), enquanto estes cumpriam um mandado de apreensão de um adolescente envolvido com o tráfico.
O caso ocorreu na segunda-feira (21), mas Oruam se entregou apenas no dia seguinte. Ao dar entrada no sistema prisional, foi classificado como preso de “alta periculosidade” e levado à Penitenciária Dr. Serrano Neves, no Complexo de Gericinó, em Bangu. De acordo com o boletim de ocorrência, o delegado Moyses Santana e o policial Alexandre Ferraz foram atacados por Oruam e outros homens que estavam na residência.
Segundo os agentes, eles estavam em uma viatura descaracterizada monitorando o adolescente alvo da ação. No momento em que abordaram o jovem, Oruam e mais oito pessoas teriam surgido na varanda da casa e iniciado os ataques, jogando pedras, proferindo xingamentos e ameaças. Um dos policiais foi ferido. Os ataques continuaram mesmo após a aproximação dos agentes, e um dos envolvidos correu para dentro da casa, obrigando a entrada da equipe policial no imóvel. Esse homem foi preso em flagrante.
Além da nova investigação por tentativa de homicídio, Oruam já havia sido indiciado por tráfico de drogas, associação para o tráfico, lesão corporal, dano ao patrimônio público, ameaça, desacato e resistência qualificada. Nas redes sociais, o rapper se manifestou sobre o episódio.
Filho do narcotraficante Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho, Oruam confirmou que atirou pedras nos policiais, mas disse que reagiu depois de ser ameaçado com armas de fogo. Ele alega que os agentes entraram de forma agressiva em sua casa, sem mandado judicial, rasgaram pertences pessoais seus e de sua noiva, Fernanda Valença, e apontaram fuzis contra o casal.
A defesa de Oruam afirmou, em nota, que o artista se entregou voluntariamente e que não possui qualquer ligação com organizações criminosas. Segundo a equipe, a operação teria violado procedimentos legais, como a realização sem mandado válido, o uso de veículos descaracterizados e o descumprimento de horários permitidos por lei — o que caracterizaria abuso de autoridade.
Sobre a acusação de tentativa de homicídio, os advogados do cantor alegam que ela é infundada e refutada por provas documentais e audiovisuais. “As ameaças, agressões e abusos cometidos pelas autoridades exigem uma apuração isenta e o respeito aos direitos fundamentais de Mauro e de todos os envolvidos. A lei precisa ser aplicada com imparcialidade, sem discriminação por classe, profissão ou origem”, afirmou a assessoria do artista.