Oruam foge de operação e desafia polícia civil a caça-lo no Complexo
A situação escalou quando o rapper e um grupo de pessoas hostilizaram os agentes da DRE.

Na noite de segunda-feira, 21 de julho, a casa do rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, voltou a ser alvo de uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Localizado no Joá, bairro nobre da Zona Oeste carioca, o imóvel foi novamente associado a membros do Comando Vermelho (CV), uma das facções criminosas mais atuantes do estado.
Durante a ação, agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) localizaram dentro da residência um adolescente identificado como integrante da facção e conhecido por atuar como segurança do traficante Edgar Alves de Andrade, o “Doca”. A operação reacendeu a polêmica em torno de Oruam, que já havia sido envolvido em uma ação semelhante meses antes, quando outro criminoso foi encontrado em sua casa.
Desta vez, além da prisão do suspeito, a situação escalou quando o rapper e um grupo de pessoas hostilizaram os agentes da DRE. Segundo informações da Polícia Civil, os policiais foram recebidos com insultos e pedradas, que chegaram a ferir um dos agentes. Um dos indivíduos que participou do ataque correu para dentro do imóvel, motivando a entrada forçada dos agentes para efetuar a prisão. O homem acabou autuado por resistência, lesão corporal, desacato, ameaça e associação ao tráfico.
No dia seguinte à operação, o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, concedeu entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, e confirmou que Oruam será formalmente indiciado pelos crimes de associação ao tráfico de drogas, desacato, resistência qualificada e dano ao patrimônio público. Para o delegado, o envolvimento do artista com o Comando Vermelho não deixa dúvidas, especialmente considerando a reincidência de episódios semelhantes no mesmo endereço.
Oruam, por sua vez, reagiu à ação policial com vídeos publicados em seu perfil oficial no Instagram. Nas gravações, ele critica a abordagem dos policiais e sugere perseguição, afirmando que está sendo julgado por sua origem e por ser filho de Márcio Nepomuceno, o “Marcinho VP”, um dos líderes históricos do CV. Em uma das falas, o rapper desafia diretamente a polícia, dizendo que estava no Complexo da Penha, reduto da facção, e que não seria facilmente capturado: “Quero ver vocês me pegarem aqui dentro do Complexo”, disparou.
As gravações foram feitas horas após a operação e mostram o artista se refugiando na comunidade, pedindo apoio de seus seguidores e acusando a corporação de violência e abuso de autoridade. Em outro vídeo, ele relata que mais de vinte viaturas cercaram sua residência, insinuando que a ação foi desproporcional e motivada por preconceito social. Apesar disso, as autoridades afirmam que a operação foi baseada em informações de inteligência e que o objetivo era capturar criminosos com mandado de prisão ativo.