A recente polêmica envolvendo o cantor MC Daniel e a fotógrafa Aline Morais acendeu um alerta entre profissionais que atuam na fotografia de partos. A discussão pública entre os dois, iniciada após o nascimento do filho do artista com a influenciadora Lorena Maria, gerou preocupações no setor, principalmente em relação à confiança dos hospitais na presença desses profissionais durante procedimentos delicados.

A fotógrafa alega que foi destratada por MC Daniel durante o parto, afirma ter sofrido agressões verbais e disse que o cantor exigia fotos em momentos considerados inadequados, inclusive dentro do centro cirúrgico. O episódio foi amplamente divulgado nas redes sociais, incluindo vídeos que mostram a tensão entre os dois. Em sua defesa, MC Daniel afirmou que a profissional chegou atrasada, teve postura invasiva e tentou interferir em assuntos médicos.

Diante da repercussão, profissionais do ramo afirmam que a situação está afetando diretamente o mercado. Um fotógrafo relatou que uma maternidade no Rio de Janeiro suspendeu temporariamente a autorização de entrada de fotógrafos externos, citando diretamente o caso como motivo. A instituição estaria cogitando retomar o modelo antigo, em que apenas profissionais contratados pelo hospital podem fazer os registros.

Além disso, outra fotógrafa apontou que a profissional envolvida costuma oferecer seus serviços gratuitamente a casais famosos em troca de divulgação. Segundo ela, essa prática desvaloriza o trabalho dos profissionais autônomos e enfraquece o mercado, principalmente quando acompanhada de escândalos públicos. Para essa parcela da categoria, esse tipo de exposição prejudica o esforço feito ao longo dos anos para consolidar a fotografia de parto como uma atividade ética e reconhecida.

A Associação Brasileira de Fotógrafos de Nascimento (ABFN), embora não tenha se manifestado oficialmente até o momento, já tratou em outras ocasiões da importância da postura ética e discreta desses profissionais. Entre os requisitos para atuação nesse tipo de ambiente, estão a autorização expressa dos pais, treinamento sobre normas hospitalares e compromisso com a confidencialidade.