Pesquisadores da Universidade da Cidade de Hong Kong, na China, deram um passo em direção ao futuro ao desenvolver um dispositivo em formato de pirulito capaz de reproduzir sabores de alimentos vistos em vídeos de realidade virtual. A criação, descrita como uma interface portátil de gustação, utiliza as papilas gustativas para simular experiências sensoriais de forma realista.

O funcionamento do dispositivo baseia-se em pequenas bolsas contendo géis químicos que, ao entrarem em contato com a saliva, liberam sabores específicos. Esses géis emitem correntes elétricas que determinam a intensidade e o tipo de sabor gerado, permitindo uma experiência precisa. Até agora, o popularmente chamado Pirulito Eletrônico é capaz de reproduzir nove sabores diferentes, incluindo sal, açúcar, cereja, ácido cítrico, chá-verde, maracujá, toranja, leite e durião — um fruto exótico semelhante à jaca. Além disso, os sabores podem ser combinados, criando novas sensações gustativas personalizadas.

O dispositivo também consegue estimular o olfato, o que torna a experiência ainda mais imersiva. O pesquisador Yiming Liu, especialista em engenharia biomédica, explicou que o objetivo é integrar os cinco sentidos humanos — visão, audição, tato, olfato e paladar — em uma realidade virtual totalmente imersiva.

Embora promissor, o projeto ainda enfrenta desafios, como a duração limitada dos géis, que funcionam por cerca de uma hora. No entanto, as possibilidades de aplicação vão muito além dos jogos. Os pesquisadores acreditam que a tecnologia pode ser útil em áreas como a medicina ou até na experiência de compras online, permitindo que consumidores experimentem virtualmente alimentos antes de adquiri-los.

Sem contar a irresistível comparação com Blade Runner, filme de ficção científica que ganhou uma nova versão em 2017 intitulada Blade Runner 2049, onde o personagem principal, interpretado por Ryan Gosling, come um alimento a base de massas porém com um detalhe: uma imagem, cheiros e alteração no gosto surgem como realidade virtual em sua frente, modificando não o alimento mas a experiência que o personagem tem com ele.