Wagner Moura cita Bolsonaro como motivo de afastamento do cinema nacional
Moura também comentou sobre as dificuldades enfrentadas para lançar seu primeiro filme como diretor, Marighella, censurado no Brasil por mais de dois anos.

O ator e diretor Wagner Moura revelou recentemente os motivos que o levaram a se afastar das produções cinematográficas brasileiras nos últimos anos. Em entrevista à revista Vanity Fair, Moura apontou o desânimo com o cenário político nacional durante o governo de Jair Bolsonaro como um dos principais fatores para sua ausência no cinema nacional.
O ator destacou que, além de se dedicar a projetos internacionais como a série Narcos, sentia-se desmotivado com o ambiente cultural brasileiro da época. Moura também comentou sobre as dificuldades enfrentadas para lançar seu primeiro filme como diretor, Marighella, uma cinebiografia do guerrilheiro Carlos Marighella.
O longa, concluído em 2019, teve sua estreia adiada por dois anos devido a entraves burocráticos e políticos, que o ator classificou como uma forma de censura. Ele afirmou que o filme foi alvo de ataques desde o início da produção e que a Agência Nacional do Cinema (Ancine) dificultou seu lançamento no Brasil:
“Eu estive fazendo coisas fora. Fiz ‘Narcos’, que era uma série e levou muito tempo, e dirigi um filme que levou três anos. E eu também não estava empolgado com nada do que estava acontecendo no Brasil durante o governo Bolsonaro. Nada estava acontecendo. Eu dirigi um filme em 2018, ‘Marighella’, e ele foi censurado no Brasil. Foi uma loucura. Só consegui lançar o filme lá em 2021” disse o ator.
Após esse período, Moura retorna ao cinema brasileiro como protagonista de O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho. O filme, ambientado na década de 1970 durante a ditadura militar, marca a volta do ator a uma produção nacional após mais de uma década.