Mais de uma década após o conclave que marcou a eleição do primeiro papa latino-americano da história, novas informações sobre os bastidores daquele momento decisivo vieram à tona. Graciela Meraviglio, costureira e alfaiate eclesiástica argentina responsável pelas batinas de Jorge Mario Bergoglio, hoje conhecido mundialmente como Papa Francisco, concedeu uma entrevista reveladora à imprensa argentina.

Compartilhando informações íntimas e pouco conhecidas do processo que levou à sua escolha como pontífice, em março de 2013, Meraviglio afirmou que o então cardeal de Buenos Aires demonstrava clara resistência em assumir o posto máximo da Igreja Católica. “Ele discutia comigo e dizia: ‘Não, não, eu não vou ser papa, eu não quero. Por que você quer que eu seja papa? Eu não quero’”, relembra.

A costureira afirma ter tido um “pressentimento” de que ele seria escolhido, mesmo diante da recusa constante do religioso, que preferia manter sua vida simples e reservada em Buenos Aires. A relação entre os dois remonta ao início da década de 1990, quando Graciela foi apresentada ao cardeal como especialista em vestimentas clericais.

Bergoglio, que ainda usava roupas discretas como suéteres e calças comuns, se surpreendeu ao conhecê-la. “Você? Esperei uma pessoa mais velha vir fazer uma batina para mim”, teria dito ele, surpreso com a juventude da alfaiate. Porém, quando enfim se tornou Papa, o latino americano ligou para Graciele Meraviglio e, em muito bom humor como é conhecido, brincou: “Você não é mais uma cigana, você é uma bruxa agora”.