Em Anastácio, Mato Grosso do Sul, uma mulher de 21 anos foi presa sob acusação de tentativa de homicídio contra seu filho de 3 anos. O caso, inicialmente tratado como maus-tratos, evoluiu após novas evidências apontarem para um risco iminente à vida da criança.

A mãe foi detida em flagrante no dia 3 de março, após denúncias de que estaria maltratando o filho. Na ocasião, a Polícia Civil solicitou sua prisão preventiva, mas o pedido foi negado pela Justiça. Após sua liberação, novas provas foram coletadas, levando a um novo pedido de prisão, que desta vez foi aceito pelo juiz da comarca.

O médico que atendeu a criança relatou que a mãe não a levou espontaneamente ao hospital, sendo forçada por populares a buscar atendimento. O menino apresentava desidratação, desnutrição severa, múltiplos ferimentos, queimaduras e marcas nos punhos, indicando que teria sido amarrado. De acordo com o laudo médico, se a vítima não tivesse recebido atendimento a tempo, poderia ter morrido.

Diante dessas evidências, a delegacia reclassificou o crime como tentativa de homicídio, considerando que a omissão e os maus-tratos praticados pela investigada colocaram a vida da criança em perigo extremo. A delegada responsável pelo caso, Tatiana Zyngier, destacou que as agressões físicas e psicológicas contra a criança não foram episódios isolados, mas sim um padrão constante de abusos.

Ela ressaltou que “a negligência extrema, como a privação de alimento, água e atendimento médico básico, pode ser tão letal quanto outros meios de execução”. A intervenção de populares que obrigaram a investigada a levar a criança ao hospital foi decisiva para evitar um desfecho fatal. A Polícia Civil segue investigando.