Repórter do SBT é ameaçado por pai de criança morta por pitbull
Familiares precisaram conter o homem, que continuava exaltado, especialmente após ser questionado se era o dono do cachorro envolvido no ataque.

Durante a cobertura de uma tragédia em Hortolândia, interior de São Paulo, o repórter André Azeredo, do SBT, foi ameaçado pelo pai de uma menina de dois anos que morreu após ser atacada por um cão da raça pitbull. O caso ocorreu na manhã da última segunda-feira (21), quando a família se preparava para levar a criança à creche. Segundo informações, o cachorro da família teria avançado repentinamente contra a menina no corredor do imóvel, causando ferimentos fatais. Um vizinho ouviu os gritos e acionou a polícia, que interveio na situação para conter o animal.
Enquanto cobria a tragédia para o programa Alô Você, apresentado por Luiz Bacci, Azeredo relatou que foi abordado de maneira agressiva pelo pai da vítima. De acordo com o jornalista, o homem ameaçou agredi-lo fisicamente caso ele continuasse se aproximando. “Ele me disse: ‘Você vai virar notícia. Se der mais um passo, vou pular com os dois pés no seu peito’. Tentei manter a calma, disse que entendia a dor dele, que sabia que estava nervoso, mas ele não quis conversa”, contou Azeredo durante a transmissão ao vivo.
Diante da tensão, o cinegrafista da equipe, identificado como Ari, começou a registrar a situação por questão de segurança. “Ele começou a dizer que ia pra cima de mim, então o Ari ligou a câmera, mesmo sem ser o momento da gravação. Eu só perguntei: ‘Você está me ameaçando?’. E ele respondeu: ‘Pode crer que estou, porque tenho esse direito’”, relatou o repórter.
A tentativa de acalmar os ânimos não foi suficiente. Familiares precisaram conter o homem, que continuava exaltado, especialmente após ser questionado se era o dono do cachorro envolvido no ataque. “Ele me desafiava, gritava coisas como ‘atravessa essa linha aqui pra ver’. Claramente estava tomado pela dor e pela raiva”, afirmou Azeredo.
O jornalista, já experiente em situações de risco, lamentou a reação, mas se mostrou compreensivo com o momento de dor vivido pela família. “Eu já fui ameaçado por gente armada, mas entendo que cada caso tem seu contexto. Não precisava tanto. Se minha presença foi ofensiva, peço desculpas aqui mesmo, ao vivo. Só estava fazendo meu trabalho”, concluiu.